Ahhh… Minha Mente Travou em Leo e a Baleia… “Resenhando” #3
Assisti ao filme Marcel, a concha com sapatos e fiquei pensando em Leo e a Baleia, mesmo o filme sendo muito bom.
Assisti a um vídeo em que o educador ambiental “mundivoluntario” fala sobre o passeio Recife de Fora, sobre ecossistema e sobre nossas ações, e pensei em Leo e a Baleia, mesmo, de novo, o vídeo sendo muito bom.
Aqui ó, pss, faltou o link! — Diz a voz que surge no meu inconsciente, tentando adivinhar a sua reação. — Fala de vídeo e não posta link. Não tá em 2025, não?
Acalme-se, alma inquieta, o link vai aparecer mais pra frente, não precisa ter pressa não. Agora o objetivo é que se entenda que a obra Leo e a Baleia montou um acampamento no subconsciente da minha mente e se nega a se retirar, logo, o que mais eu poderia fazer a não ser compartilhar? Shhh… Não pensa, e não precisa responder não. Só continue. Continue a nadar. Procurando Nemo, onde é que ele está? P. Sherman, 42 Wallaby Way, Sydney. Vamos continuar.
A graça dessa pira é que fiz pouquíssimo caso da primeira vez em que li o livro, e, para ser sincero, até senti que faltavam coisas na obra para realmente fazer um leitor se importar. E agora? Bom, agora o livro praticamente vive na minha mesa de trabalho, para referência e inspiração, e, quando sai, é para dar uma voltinha até a cadeira que eu gosto de me sentar para ler; curioso, não?
Acho — e por “acho” quero dizer que tenho certeza —, que na primeira vez que o li acabei fazendo uma má interpretação. Estava uma porta naquele dia e não dei a devida atenção às sugestões da história e nem a certos detalhes das ilustrações. Além disso, minha cabeça ficou a todo instante pensando que o texto poderia ser sonoramente mais interessante e rimar… Enfim: errei, errei e errei; e errei também em algum outro estilo de fonte que você possa imaginar. Porém, o importante é que enxerguei a luz e passei a ver Leo e a Baleia como um livro infantil/não infantil espetacular. A única coisa que faltou foi sonoridade, ou, pelo menos, a sugestão de sonoridade no texto, caso você esteja se remoendo e dizendo que sonoridade vem da leitura que cada um faz e blá blá blá…
A principal razão que me leva a essa classificação é que o livro conta uma história para as crianças e, ao mesmo tempo, utiliza de detalhes para conversar com os responsáveis, propondo um aprofundamento na história e incentivando o pensar. Seria algo como uma história com duas leituras — ou três, se você extrapolar um pouco as coisas.
As Três Leituras
A provável leitura das crianças gira em torno de uma história de amizade entre o garoto e um animal que veio do mar. É uma pequena aventura aconchegante que fala sobre ajudar e ser ajudado pelos amigos, além de ter um toque sobre respeitar à natureza — que também poderia ser interpretado como respeitar as necessidades do outro.
Ainda, gostaria de destacar que essa leitura pode ser ainda mais divertida se for dada atenção para as partes lúdicas sugeridas pelo livro, como acompanhar o cotidiano das gaivotas, ou jogar Encontre o Wally Versão Simplificada: Cadê os Gatos da Família Nessa Ilustração?
A provável leitura dos responsáveis gira em torno do tema solidão. A solidão do pai, que leva à solidão do filho, que encontra na solidão da baleia uma forma de apoio e compensação, que, por sua vez, acaba abalando a solidão do pai, abrindo caminho para tratar a solidão do filho e libertar a baleia da sua solidão. Quê?! Solidão. E o cenário e paleta de cores ajudam muito para intensificar o sentimento, e claro, depois vão mudando para enfatizar a transição — preste atenção na roupa do Leo e nos elementos que compõem a ilustração.
Algumas crianças vão sim dar mais atenção para essa questão, porém, a solidão que o autor propõe aos responsáveis é diferente, já que ela surge do contraste de ideias, aparecendo nas ilustrações em que o pai de Leo está junto de Leo, ou seja, nos momentos em que não deveria existir essa tal solidão.
A terceira leitura gira em torno de uma crítica à forma como os humanos agem ao utilizar a natureza para saciar as suas necessidades não necessárias. Sei que isso pode parecer loucura, e talvez realmente seja, mas como achei uma outra pessoa partilhando dessa interpretação, me sinto obrigado a, pelo menos, propor a ideia. Veja, Leo é filho de pescador, mora na beira da praia e, portanto, conhece o oceano. Sendo assim, por que é que ele tomaria a atitude que tomou ao encontrar uma baleia tão próxima do mar? Isso não é acusá-lo de ser mal, que fique claro. Nesse caso, claramente seria um ato sem pensar… Mas enfim, aqui está o vídeo que havia falado e é por aqui que vou parar. Você pode ler o livro e depois ver o vídeo, e aí descobrir se a terceira leitura faz qualquer sentido ou se é só maluquice de algumas pessoas que resolveram extrapolar.
A única coisa que senti falta foi de uma página dupla só com a ilustração do temporal. Tudo bem, ela existe, mas não está no lugar ideal. A página, mostrada na imagem abaixo, fica no começo do livro, na parte onde aparecem as informações editoriais, só que três páginas para frente é quando o narrador fala do forte temporal. Poxa, seria o lugar perfeito, imagina: o narrador fala do temporal, a página vira e cabrum!, damos de cara com o esse temporal caindo na praia:
Aí, aí…
Ainda não tenho filhos, mas acho que, se tivesse, eles iriam adorar. Até tentei ler Leo e a Baleia para as minhas cachorras, só que elas foram embora mais ou menos na metade, então, obviamente é impossível dar uma nota justa para o livro. Não tem como. Seria errado eu tentar. O máximo que posso dizer é o seguinte: como livro infantil, divertido e lindo. Como livro infantil para adultos, lindo e excelente para se pensar. Agora, como livro infantil para cachorros, não acho que seja ideal… pelo menos não para vira-latas caramelos, talvez um salsicha fosse gostar.
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As Curiosidades Desse “Resenhando”
A primeira é que, antes de terminar esse texto, pedi para que a minha avó lesse o livro e me falasse o que tinha achado da história, e não é que ela quase chorou? Não estou usando isso para romantizar o livro, eu mesmo não cheguei nem perto de chorar; mas ela me entregou o exemplar com os olhos cheios de água, emocionada, e talvez isso seja algo legal para compartilhar.
Já a segunda é: por acaso você chegou a notar que tudo nesse texto começou com a letra A? Psiu, calma. Caso não tenha percebido, não confere nada não. Finge que viu e tá tudo certo, afinal, isso não muda nada, só queria me entreter e ver se conseguiria realizar esse pseudo-feito e eu consegui. Yay! Depois mudei o começo desse último parágrafo, acrescentando um super-mega-blaster-desnecessário “Já”, porque da mesma forma que parecia legal começar tudo com A, agora parece bem legal acabar com a expectativa daqueles que haviam notado e igualar as percepções, afinal, não tem nenhum pseudo-feito para notar :)
Aspiro que tenha gostado desse texto. Estou pelos comentários caso queira conversar! Do contrário, até o próximo episódio da Toca, pessoa querida!! Não esqueça de se hidratar.